Lábios de amor

Do verão que mantém quente
O sangue de nós crentes
De um amor
Da flor do canteiro
Jardineiro colhe
Flor botão.. flor criança
Flor suave
Flor mais bela do canteiro
Flor que desabrochou
Chorou no meu coração.
O perfume me envolveu
Os espinhos penetraram-me
Preso a eles sangrei
No desmaio vi a flor amor
Agora tinha a flor presa a
Mim… era uma rosa, não a
Rosa branca… avermelhada
Ficou tingida com sangue
Sofrimento
Da saudade de outrora
Retrata… corta… fratura
O duro corpo… torto
Morto de agora.
Essa rosa nunca será bruta
Estúpida… será sempre
Rosa das rosas
Alteza entre elas.
Sinto nos lábios outros lábios
Sábios úmidos de orvalho.
Que me ensinaram amar,
Deram o vermelho da rosa
A chama do meu corpo
Entre a ramagem… a imagem
De um pequeno ramo de flores
De valor especial
Um ramalhete… lá esta a rosa
A relva me toma
A relva do olimpo
A relva da rosa alteza.
Mora na rosa esperanças
Quantas… de nunca encontrar
Uma flor venenosa.
Escrevo… leio… penso
Parece uma prece
Vim com um vim
Ser jardineiro de um
Canteiro de uma única
Rosa.